Livro de Visitas

Data: 28-10-2010

De: Antonia Yamashita

Assunto: Mãe....

Ser mãe é a excelência por si só e ser mãe de uma criança com deficiência é incalculável.
Quantas vezes precisei falar e não tinha ninguém pra me ouvir. Então eu me ajoelhei e falei com Deus, sozinha mas ao mesmo tempo muito bem acompanhada, pois sei que Ele me carrega em seus braços nos momentos mais difíceis. Quantas vezes senti vontade de chorar e como chorei... e ainda choro. Quantas vezes falei da minha dor pra alguém e não fui compreendida, quantas vezes sorri e pros outros eu parecia uma boba, uma tonta como diriam... mas eu sabia o que aquelas pequeninas coisas significavam pra mim e pro meu filho. Foram muitos os dias em que não queria ter acordado, mas se isso tivesse acontecido, eu não teria aprendido tanto...
E os dias em que quis que meu filho andasse? Ahh, foram muitos também. Mas que importa isso? Hoje é um mero detalhe!
Quantas vezes fiquei em casa por vergonha de sair. Por não ter coragem de enfrentar os olhares curiosos e preconceituosos também. Hoje, quero levar meu filho pra conhecer o mundo... E mesmo que um dia ele precise ficar acamado, ainda assim procurarei um jeito de levá-lo pra passear, pra sentir a brisa, o sol...
Já tive vergonha de sair com ele usando seus aparelhos (órtese), mas hoje nem ligo. Ele usará o que for necessário, o que for melhor pra ele. Já sofri pensando o que as pessoas irão pensar do meu filho, já sonhei com ele indo pra faculdade e já abri mão desse sonho também.
Já sonhei e quis muitas coisas pra ele, até que um dia eu pensei e ele? o que será que gostaria??
Ele já nasceu lutando bravamente pra sobreviver. Desde pequeno que tenta se adaptar a uma sociedade que vive em busca da perfeição, o corpo perfeito, a casa perfeita a profissão dos sonhos... de uns anos pra cá sofre pela sua condição física, enfim... são tantas barreiras desde que nasceu...
Sabem o que mais quero pra ele hoje? Que não sofra, que não sinta dor, que não precise fazer cirurgias e exames dolorosos, que entenda que andar, não é o mais importante, que volte a ver a vida como antes, sorrindo sem se preocupar se está agradando ou não... simplesmente que seja feliz!

Para as mães que não tem filhos com deficiência e que vivem reclamando pela bagunça que os filhos fazem na casa, que não deixem de agradecer a Deus e que curtam muito os filhos, que crescem tão rápido. Que reconheçam que muitas mães dariam tudo pra que seus filhos pudessem fazer aquela bagunça em suas casas.
E pra todas, que vivam cada dia como se fosse o último e parabéns por serem MÃES!!
Um forte abraço de mãe.

Antônia Yamashita





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